História de Natal



Gosto de festas. Gosto do mês de dezembro. É um mês lento. Os dias passam devagar. Preguiça. Ao mesmo tempo que tento controlar minha ansiedade – fazer nada me incomoda – tenho tempo para pensar nos dias corridos do ano.
Inevitavelmente, penso em todos os anos vividos. O tempo fica lento e nele cabe mais memória. O dia a dia corrido não permite a lembrança completa. A sensação da lembrança dos natais da infância é a melhor. Naquela época não havia esse tempo de lembrar.
Algumas pessoas já não estão aqui. A falta delas traz aquela saudade dolorida e a certeza de que tudo finda. São tantas as lembranças. Os avós. A casa dos avós. Todos os netos. A árvore de natal. Os presentes. Os risos. As brincadeiras. E a certeza de que todos anos serão iguais.
Depois descobri que a casa dos avós acaba. Eu gostaria de rever meus avós e aqueles natais. Gostaria de esperar – curiosa -  pelos presentes. Gostaria de ver todos rindo novamente.
Mas, hoje, vejo meus pais no lugar dos meus avós. Vejo as crianças ansiosas e divertidas. Não sinto o mesmo encanto. Vejo lembranças em todos os cantos. Em cada palavra. Nos presentes. Nas comidas. Nos abraços.
Gosto desse momento repleto de lembranças. E o natal, hoje, para mim, é um dia de lembranças. Bom. Feliz porque tenho lembranças boas. Saudade de pessoas que amo e não estão na festa. Feliz em ver as crianças e seus sonhos.
Gosto desse tempo de pensar no que foi feito. Dar vida aos bons sentimentos que, às vezes, sufocamos na correria dos dias.
A vida se renova.
Feliz Natal!
Fernanda Missurino











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